Após assistir ‘’Lo Mejor De Mi’’, levei minha irmã ao cinema. Cheguei e vi mais um filme, ‘’Casualties Of War’’. Depois vesti um casaco e saí para buscá-la. No meio do caminho, do nada, despencou uma tempestade. Parei a moto assim que notei um lugar para me abrigar e entrei . Era a fachada de um laboratório, com uma pequena escadaria. Sentei-me nos degraus.Estava um pouco molhado e, confesso, um tanto contrariado. Sair dia de domingo (ou, no meu caso, sair de casa dia qualquer, é raridade) e tomar uma chuva dessas...
Após alguns minutos sentado e emburrado vi que a tempestade parecia não ter fim. Tentei relaxar. Tirei meu cell do bolso, peguei os fones que sempre levo comigo e comecei a ouvir Ólafur Arnalds. Logo nas primeiras notas, fui tomado de um sentimento raro. Fiquei a música toda quieto, olhando para o nada através da chuva. Desejei que não parasse nunca. Em alguns momentos isso acontece : tudo se torna tão triste e bonito que eu queria ficar ali, como em uma fotografia, para sempre. Fiquei assim, abstraído, em silêncio, concentrado no nada até o álbum acabar. Só então notei que a tempestade tinha virado um chuvisco e eu já poderia ir ao cinema buscar a minha irmã sem ficar encharcado. Suspirei. Subi na moto e fui.
Um dia, há algum tempo, uma amiga perguntou-me se achava a tristeza bonita. Não soube responder porque nunca havia pensado nisso.Mas agora vejo que, como sempre fui uma pessoa introspectiva, silenciosa e solitária (por preferir ser assim, não que eu não tenha uma vida social ou que eu seja anti-social), encontro na tristeza conforto. E, consequentemente, canções tristes dão-me essa sensação de conforto com a qual estou acostumado.
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