segunda-feira, 26 de outubro de 2015

The Head And The Heart - Let's Be Still (2013)

OUÇA AQUI

Este é o segundo álbum do The Head and the Heart. Qualquer dia escrevo algo decente sobe ele ou algum texto qualquer que não tenha nada a ver com ele.




The Head and The Heart - The Head and The Heart (2011)

 https://www.youtube.com/watch?v=NLLvocsmnNU&list=PLZwzeQuU-KagBYH4WCV8pNGe5FCJrdfMD
OUÇA AQUI
Com quatro anos de atraso (o cd foi lançado em 2011), após uma noite insone e elétrica, eis que me lembro repentinamente deste blog abandonado e sinto uma enebriante vontade de escrever. Na verdade esta postagem nem é somente sobre o álbum do The Head and the Heart, uma de minhas bandas favoritas. É sobre a vida. É uma divagação (como é estranho escrever isso sabendo que ninguém mais lê meu blog - até porque mudei a url).

Após trabalhar durante o começo da noite de domingo, um trabalho que se estendeu até a madrugada e me custou um copo de café e o sono, deitei-me. Ouvi algumas músicas no iPod, mas estava inquieto. Estranhamente feliz. Animado mesmo (ok, grande culpa disso é da cafeína). Enfim, tive uma espécie de epifania. Importo-me demais com as pessoas que quero bem. Mesmo que elas estejam se lixando. Pessoas são estranhas. Estão perto sempre por interesse, com uma segunda intenção, para te usar ou até enjoarem de você. Depois somem. Aí quando o tempo passa, se precisarem de você por algum dos motivos descritos acima, então entram em contato novamente. De uns 10 anos pra cá perdi boas amizades por isso. Achava que durariam para sempre. Mas agora que amadureci, sei que pessoas vem e vão e que sofrer por elas ou esperar algo de qualquer pessoa que seja é bobeira. Faz mal. Sou só, estou só e não me importo. Minha solidão é colorida, leve e muito rica: desde sempre com meus melhores companheiros, os livros, as músicas e os filmes. 

 Escrevo isso ouvindo o álbum acima, um folk agridoce e maduro que fala sobre coisas da vida. É engraçado notar como algumas pessoas fazem uma tremenda falta (não sei se a palavra certa é falta. Talvez o mais correto seja dizer que algumas pessoas se perdem em nós, e procuramos em vão, mas sempre, reencontrá-las em outras pessoas ou em nosso interior, nas lembranças) mas, mesmo assim, a vida continua sem elas. E  não há nada que a gente possa fazer. Não sozinho. Mas escrevo isso sem rancor ou esperança ou intenção. Tenho a humildade de aceitar de coração aberto qualquer amigo que volte um dia, mesmo que por interesse ou necessidade. O que importa é ser bom com quem queremos bem - e com todo mundo mais.

O sol já saiu e os pássaros cantam. Daqui uma hora entrarei em uma sala de aula e darei aulas até quase o meio dia. O café me manterá de pé. Por não ter costume de beber café, a mínima quantidade faz um enorme efeito. Estou ansioso para encontrar meus alunos, falar com/para eles. Hoje a aula será sobre cinema político, separei vídeos e fiz um texto caprichado para a ocasião. 

Is it that the good life is the simple one
(Sittin' in the lawn watchin' leaves go by)
Readin' good books and playin' songs
Watchin' the wind blow through your front yard
Don't follow your head
                             Follow your heart                               

Mais algumas divagações antes do fim:  

Ando muito esses tempos pelo tumblr. É um lugar patético, repleto de pessoas que glamourizam a depressão, que lamentam da solidão e da falta de alguém para amar, de pornografia travestida de arte, mas também de belas imagens - na real, o maior motivo de eu continuar usando aquilo é porque adoro pesquisar e descobrir imagens da natureza, de rios e árvores e trilhas e tudo o mais.
-*-
Algumas pessoas fogem da tristeza. Têm medo da tristeza, da melancolia e da angústia e fogem disso o tempo todo. Buscam por uma suposta felicidade idiotizada e permanente, utópica. Usam das mais diversas ferramentas para isso: psicologia barata, crenças espiritualistas cheias de positividade, religião ou pior ainda, se apoiam em outras pessoas pois julgam que alguém pode lhes proporcionar essa tão sonhada felicidade e alegria. Se você não é capaz de se sentir feliz sozinho, jamais será. Todos esses sentimentos negativos, tidos como ruins, na verdade são partes de nós. Intrínsecos. Portanto, fugir deles é fugir de uma parte importante daquilo que você é. É se alienar. Encaro sempre tudo o que sou e que sinto e nunca procuro fugir e nem me afogar em nenhum sentimento, sensação ou busca desenfreada por algo que nunca encontrarei. Apenas vivo, absorvendo tudo de mim, entendendo e apendendo a conviver. 

Agora gostaria de dizer algumas coisas sobre o The Head and the Heart. Serei breve: a banda conta com três vocalistas e faz um folk acústico cheio de sutilezas. Gosto de todas as músicas e as minhas preferidas sempre mudam, quando redescubro alguma. É música que fala ao coração (por mais clichê e barato que isso possa soar). E se você chegou de algum modo até aqui, vamos fingir que estamos em 2008: deixe um "olá" nos comentários. Assim saberei que alguma alma passou por esse local que nem assombrado é.

























terça-feira, 14 de abril de 2015

Iron & Wine - Dreamers and Makers are my Favorite People (2015)

Acompanhando o lançamento de "Archive Series Volume 1", o Iron & Wine fez um curta metragem/concerto especial e postou em seu canal oficial no youtube. O álbum merece uma resenha a parte, mas para contextualizar: trata-se de uma compilação com músicas do começo da carreira, quando Sam Beam ainda gravava tudo de maneira lo-fi e as músicas eram reduzidas a apenas violão e voz. Folk simples e rústico. 

Quem conhece os dois primeiros álbuns já sabe que eles têm uma atmosfera diferente de todos os demais (o processo de gravação do primeiro, "The Creek Drank The Cradle", foi inteiramente caseiro e o segundo, "Our Endless Numbered Days", apesar de ter sido produzido no Engine Studios por Bryan Deck ("Counting Crows", "Into it. Over It". e "Modest Mouse", entre outros) ainda preserva o ar caseiro e minimalista). São meus preferidos. Sam Beam disse em entrevistas que gravar de maneira caseira e só com violão nunca foi algo proposital. Na época ele não podia pagar um estúdio profissional ou comprar muita aparelhagem, então produziu com o que tinha a mão. 


A ideia para esse concerto surgiu daí: como resgatar a atmosfera rural, caseira e simples do início da banda? Hoje em dia o Iron & Wine aparece em programas de tv, participa da trilha sonora de blockbusters e lota casas de shows. Algo assim não daria certo para promover uma coletânea de antigas canções. Felizmente encontraram o cenário perfeito: Jerry Run Summer Theater, um teatro construído no meio do nada em uma área rural do interior dos EUA por um morador que tinha o sonho de fazer algo para que artistas pudessem se apresentar e que atraísse os locais. Apesar das dificuldades e do risco do fracasso, Jerry Run construiu baseado na ideia "Se eu construir, eles virão". Algo semelhante ao que o próprio Sam Beam sentiu ao começar a gravar suas músicas. Ou seja, o casamento perfeito. Algo interessante é que a maioria das pessoas, moradores locais, não tinham ideia do que era "Iron & Wine", o que tornou a experiência ainda mais significante e real. Um verdadeiro retorno às origens. O vídeo tem 6 músicas intercaladas com entrevistas e fotos antigas. Atentem para o clima intimista e bucólico. Uma bela viagem pelos sons e visuais interioranos dos Estados Unidos que me proporcionaram meia hora de conforto.




terça-feira, 21 de maio de 2013

Johnny Cash - The Mystery of Life (1991)


Depois que Cash lançou os American Records com Rick Rubin (gravando todos aqueles rocks e blues e folks e NINs que todo mundo está cansado de conhecer) e com o sucesso desses discos, acredito que muitas pessoas adquiriram a impressão de que Cash era um figura sombria e melancólica graças a músicas como "Hurt" (do NIN) e "When The Man Comes Around" e, por consequência, acabaram se esquecendo de que, na verdade, ele era um cantor de country e muito bem humorado na maior parte de sua obra anterior.


Quero indicar não um disco da fase American, mas um disco de country. Esse The Mystery of Life, lançado em 1991, é o último disco de Cash antes dos American e é sem dúvida um dos melhores da carreira do mestre. Menos "bad boy" que nos primeiros discos da carreira, Cash nos vem aqui mais maduro e sereno, cantando canções quase rancheiras como "I'll Go Somewhere And Sing", "The Hobo Song" e a belíssima faixa título. Por outro lado, sem abandonar o estilo e o bom humor dos discos mais antigos com a releitura de "Hey Porter" e as sensacionais "Beans for Breakfast" e "I'm an Easy Rider".


Indico sem medo de dizer que, na minha opinião, este disco até supera alguns dos American.




(texto de Andrew Clímaco, lá do http://cronicadeumamorlouco.wordpress.com/ )

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Chales Bukowski - A collection of Audio Recordings (various dates)


There's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say, stay in there, I'm not going
to let anybody see
you.
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I pour whiskey on him and inhale
cigarette smoke
and the whores and the bartenders
and the grocery clerks
never know that
he's
in there.

there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say,
stay down, do you want to mess
me up?
you want to screw up the
works?
you want to blow my book sales in
Europe?
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too clever, I only let him out
at night sometimes
when everybody's asleep.
I say, I know that you're there,
so don't be
sad.
then I put him back,
but he's singing a little
in there, I haven't quite let him
die
and we sleep together like
that
with our
secret pact
and it's nice enough to
make a man
weep, but I don't
weep, do
you?






p.s.: não sei se esse hype sem fim em cima do Bukowski é bom ou ruim. Mas sei o seguinte: ele teria nojo da maioria das pessoas que dizem gostar de seus escritos hoje. Eu tenho.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Bombadil - All That the Rain Promises (2011)

 A coisa aqui é simples: indie  folk  bem  feitinho,  sem  hype, sem  promessas  de  ser  a  nova  maior  banda do mundo; apenas uns caras tocando umas músicas meio folk meio pop bem melosas...
 Estava eu passeando pela interwebz quando topei com essa banda com o nome do gentil e enigmático personagem tolkeniano Tom Bombadil. Pensei "puxa, preciso conferir isso, pra ver se deram dignidade ao nome ou se ferraram tudo...". Bem, o som não é épico ou fantasioso como eu esperava, mas é algo muito bom.



"When We Are Both Cats": "Vanilla Sky" Feelings ♥


Todas as músicas desse álbum ("All That Rain Promises", o primeiro deles que ouvi) são igualmente belas e simples. As canções cujas letras mais gostei foram:

 - "I Will Wait" - um pedido de ajuda a Deus, um spiritual com a melancolia e emoção inerente ao estilo. Um spiritual feito por branquelos, mas muito bem feito!
 - "The Pony Express" - um poético pedido de desculpas;
 - "Laundromat"  - um adolescente tímido à procura de coragem para puxar conversa  com uma garota em uma lavanderia;
- "One Whole Year" - sobre um sujeito que largou tudo para virar artista e as consequências disso, e
- "A Question" - Um nerd apaixonado, tímido e inseguro que quer saber se seu sentimento é correspondido. Uma letra que de tão bobinha e inocente cativa fácil.

Resumindo: esse é um álbum daqueles que pode não mudar a sua vida, mas que vai ficar em seu Ipod por meses...



quarta-feira, 7 de novembro de 2012

The Boy Who Trapped The Sun - Fireplace (2010)


     O nome do menino que aprisionou o sol é Colin Mcleod, um escocês nascido e criado em Isle Of Lewis, um vilarejo com cerca de 19 mil habitantes. Antes de se tornar The Boy Who Trapped The Sun, Colin tocou em algumas bandas regionais de thrash e punk, mas não obteve nenhum reconhecimento. Após essa fase, chegou a trabalhar de motorista de caminhão de óleo e professor de pesca. Por sorte, o garoto resolveu se mudar para Londres e tentar a vida como músico solo. Colin se diz meio avesso à tecnologia, mas em sua página no facebook posta notícias com certa frequência.

     O nome da banda e do álbum não poderiam ser mais sugestivos. As canções do garoto que aprisionou o sol emitem calor, assim como uma lareira (Fireplace) transmite aconchego. Ou seja, é conforto musical da primeira até a última faixa. Como toda música feita por um escocês que se preze, tudo aqui casa perfeitamente com clima chuvoso e frio e uma bela xícara de chá. Esse é o primeiro  álbum de Colin, que já finaliza o segundo lançamento. No vídeo oficial para a música "Home" dá pra ter uma ideia do lugar (e que belo lugar) onde o moço nasceu e cresceu.Minha preferida do álbum é Copper Down. Foi através dela que, acidentalmente, descobri a banda, ao navegar sem rumo no youtube.

 


facebook

domingo, 29 de janeiro de 2012

Beethoven - Sonata No. 14 em Dó Sustenido Menor

Ando descontente com a música atual. Aliás, ando descontente com várias coisas, incluindo muitos aspectos de minha vida.

Não quero soar como aquelas pessoas que dizem "Ah, não se faz mais música como antigamente", mas isso tem lá sentido. Há mais de dez anos Bob Dylan já reclamava do cenário musical, há poucos dias foi a hora e a vez de Neil Young mostrar sua tristeza com a situação da música. E são esses caras que tenho ouvido, além de mais um bocado de velharias. Como isso foge ao propósito do blog, não tenho postado mais com tanta frequência. É que simplesmente não entendo como as pessoas podem adorar tanto bandas como Phoenix ou Rapture e afins. Caras arrumadinhos, cheios de estilo, mas que não conseguem fazer apenas uma canção que preste. Triste. Enfim, o maior inimigo da arte é o gosto. E a maioria das pessoas hoje são educadas pela Mtv e pela internet e isso ferra com tudo. É cada vez mais raro aparecer uma banda ou músico honesto, que não seja fabricado, igual a um milhão de outros.


Para fazer o download (legal) da Sonata No. 14 em Dó Sustenido Menor clique na imagem e em download

Se o mercado tomou conta de tudo, TUDO (música, cinema, literatura)...o que dizer do romance? Em um mundo onde pessoas só pensam em dinheiro e em aparência e se esquecem do romantismo (da leveza de um carinho, da importância de demonstrar seus sentimentos), só me resta, como Schroeder, suspirar e apreciar Beethoven dia após dia.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Bonnie "Prince" Billy - Discografia Completa



Will Oldham lançou, entre singles, EPs, álbuns e colaborações, mais de setenta discos. Seja utilizando o nome próprio, com sua primeira banda Palace (Palace Music, Palace Songs, Palace Brothers, o nome sempre varia) ou utilizando seu pseudônimo Bonnie "Prince" Billy, ele sempre fez registros acima da média. Sua mistura de americana, country, rock e folk cria uma textura musical orgânica, que flui de maneira natural. A melancolia está sempre presente, mesmo nas canções mais ensolaradas. Oldham é único. Além de músico o cara é fotógrafo (a capa do clássico Spiderland, do Slint, é dele) e ator (confiram a obra mumblecore Old Joy). Encontrei esse LINK com a discografia completa. Aliás, não tão completa assim, já que Bonnie Prince nunca para de compor. Sorte nossa.


A canção I See a Darkness, que já foi gravada por Johnny Cash e, em minha opinião, tem uma das letras mais belas e tristes da música pop.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Kula Shaker - Pilgrim's Progress (2010)

Quick post! : Crispian Mills personifica a voz do brit pop. E o Kula Shaker nunca teve o reconhecimento que merece. Este é o quarto álbum e, segundo a crítica especializada (sempre ela), é o melhor desde o debut.


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Flying Burrito Brothers - The Gilded Palace of Sin (1969)

Quando li Alta Fidelidade, do Nick Hornby, descobri vários músicos e bandas novas. Nem todos bons.Afinal, Hornby tem um gosto um tanto quanto...peculiar.Mas entre as melhores descobertas estão Solomon Burke (que voz!) e Gram Parsons com o Flying Burrito Brothers. Esse cara praticamente inventou o alt-country, onde uma tristeza imensa, aquela que só o country é capaz de criar, se mistura ao rock'n'roll, ao gospel, folk e ao pop de maneira perfeita.

Nick Hornby diz que 'Sin City' é uma das melhores canções que já ouviu. Concordo. E mais: 'Christine's Tune (The Devil In Desguise)', 'The Dark End Of The Street' ... clássicos.

Parsons, o Griveous Angel, morreu novo, infelizmente. De overdose. Mas participou de bandas seminais (The Byrds, Flying Burrito Brothers, International Submarine Band) e moldou a música country moderna. Deixou-nos canções carregadas de melancolia e beleza que casam perfeitamente com a solidão (e uma garrafa de José Cuervo, claro).


segunda-feira, 18 de julho de 2011

O'Death - Outside (2011)


O O'Death é uma banda americana de folk/bluegrass/alt country. A primeira vez que ouvi o álbum, jurei ter notado uma coisinha ou outra de Heavy Metal e Punk. Alguns riffs e licks.Mas, no lugar de guitarra...banjo e bandolim. Minhas audições posteriores confirmaram a influência na sonoridade do grupo. Essa junção de tantos estilos pode parecer duvidosa,mas o resultado é quase perfeito.Experimental e pop.
Apesar da banda ter a mesma empolgação e pegada do Punk e do Metal, não espere nada agressivo. É mais aquela coisa no estilo do Neutral Milk Motel, sabe? Ou seja, é (mais que) ótimo. Viciante.

Além de O'Death, esses dias tenho ouvido também Owen,Teenage Fanclub e uma banda cativante de alt/psychedelic que postarei por aqui em breve, o The Ladybug Transistor.
Outside é um álbum daqueles raros, pra ser ouvido sempre do início ao fim, pois todas as canções têm a mesma qualidade. Dificilmente alguma banda deixa-me tão empolgado assim, com tanta vontade de ouvir sempre e sempre...

sábado, 4 de junho de 2011

Belle and Sebastian - Write About Love (2010)

Tenho uma ideia infantil sobre o amor. Quando as pessoas se tornam adultas, sabem tudo sobre relacionamentos: o que fazer, o que não fazer, como se portar.Tudo parece mais um jogo de interesses,manipulação,passa-tempo. Quando criança, pensava no amor como algo simples e bonito. Duas pessoas se conhecem.Descobrem que foram feitas uma para a outra.Se amam durante toda a vida.Ponto final.Essa maneira de pensar atravessou a infância e a adolescência e chegou até a vida adulta. Carinho, palavras bonitas, sinceridade, leveza, conforto. Para mim, amor é isso. Acredito ser possível amar uma única pessoa, passar todos os seus dias ao lado dela. Dias perfeitos.

domingo, 22 de maio de 2011

Bon Iver - Bon Iver (2011)

créditos:http://cashmerecorduroy.blogspot.com

Justin Vernon vai lançar um novo álbum em Junho. Mas a bolachinha virtual já vazou e trago-a, com imenso prazer, a vocês. Ainda nem ouvi. Posto aqui com uma imensa sensação de ansiedade. Tenho um ritual para apreciar novos álbuns de músicos que já conheço e gosto. Deito na cama, coloco fones de ouvido, apago a luz e absorvo da primeira à última faixa.Várias e várias vezes. É o que farei agora.



Mareva Galanter - Ukuyéyé (2006)

Ela: Já ganhou concursos de beleza.É atriz e também música. Qual a chance de ser bem sucedida em todas essas áreas? Poucas. Mas, na França, esse combo de beleza+arte parece funcionar. Vide Carla Bruni e Jane Birkin. Mareva tem dois álbums lançados (este o primeiro). Já trabalhou com gente como Martin Duffy e Rufus Wainwright, além do grupo francês de bossa nova (?) Nouvelle Vague, famoso por fazer versões dos mais variados artistas e estilos.

O álbum: Ukulele+yéyé= Ukuyéyé. O "yé yé" é um estilo musical que surgiu na França no começo dos anos 60. Caracterizado por canções doces, animadas e com uma sensualidade inocente, adolescente. Algo que fez o terrible infant Serge Gainsboug chamar France Gall, uma das maiores expoentes do gênero, de lolita, na época. Aliás, apesar de Serge não ser nada inocente, escreveu várias canções para yé yé girls. A mais famosa talvez seja "Poupee de cire poupée de son", feita para France Gall e gravada por várias bandas posteriormente, inclusive o Belle and Sebastian.

O álbum tem partes bem rock'n'roll, outras que mostram certa delicadeza eletrônica e outras de pura nostalgia sessentista. Mas não é uma mera cópia. Mareva consegue capturar a atmosfera da época sem soar datada. Casa bem o pop francês de 50 anos atrás com o pop atual. E ela ainda toca ukulele! Finalizando: uma garota bonita, com voz doce e que canta em francês? Impossível ser ruim.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Bob Dylan - Time Out Of Mind (1997)

Você deve estar pensando por que postei esse álbum do Dylan, e não o "Freewheelin'", o "Bringing It All Back Home", o "Highway 61 Revisited" ou qualquer outro que, entre lives e bootlegs e compilações passam a marca de meia centena. Primeiramente, é porque você já deve conhecer todos os clássicos do homem.Se não, deveria.E além: os bootlegs e os álbuns considerados ruins e inexpressivos pela crítica também. Todos são perfeitos. Todos.E sim, sou um aficionado no baixinho fanho. E segundo: esse álbum é um dos meus preferidos dele, por motivos pessoais.

Comprei-o três anos depois de ter sido lançado. Há exatos onze anos. Imagine um moleque de treze anos que ouvia classic rock, cabelo comprido, roupas pretas e uma introspecção do tamanho do mundo.Eu. Lembro que na lojinha de cds da cidade não tinha nada legal.Só um álbum do Clapton e esse do Dylan.Levei os dois. O do Clapton era o Pilgrim.Um desastre. Já o Dylan...

Coloquei o cd no aparelho de som, apertei play e, em um clima sonoro orgânico, gravado ao vivo em estúdio, a voz rouca e fanha cantou:

I'm walkin' through streets that are dead
Walkin', walkin' with you in my head
My feet are so tired
My brain is so wired
And the clouds are weepin'.
Did I hear someone tell a lie?
Did I hear someone's distant cry?
I spoke like a child
You destroyed me with a smile
While I was sleepin'.

I'm sick of love, that I'm in the thick of it

This kind of love, I'm so sick of it.

I see, I see lovers in the meadow

I see, I see silhouettes in the window
I'll watch them 'til they're gone
And they leave me hangin' on
To a shadow.

I'm sick of love, I hear the clock tick

This kind of love, ah, I'm love sick.

Sometimes the silence can be like thunder

Sometimes I wanna take to the road and plunder
Could you ever be true
I think of you
And I wonder.

I'm sick of love, I wish I'd never met you

I'm sick of love, I'm tryin' to forget you.

Just don't know what to do

I'd give anything to
Be with you.


As palavras de Dylan foram como um soco em meu estômago. A sonoridade de banda-em-bar-vazio-no-fim-de-noite, a melancolia...nunca tinha ouvido nada assim. O Dylan que eu conhecia era o que cantava Like a Rolling Stone e Blowin' in the Wind. Agora esse, soturno, meio bluesy, era novidade. Time Out Of Mind foi minha porta de entrada real para o universo Dylanesco.

Hoje, voltando da faculdade, passei em um restaurante. Jantei acompanhado de alguns colegas e algumas schwarzbiers. Na volta para casa, sentindo a náusea causada pela bebida, o vento gelado e o silêncio, Love Sick veio à mente. Cheguei e logo tratei de colocar a bolachinha pra tocar. Acho que há uns dois anos não ouvia. Agora é só desligar o computador e dormir, com essa trilha de fundo. Boa noite.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Willard Grant Conspiracy - Regard The End (2004)

Em uma noite insone estava eu no youtube procurando por canais de música. Topei com o Les Sessions Du Cargo . Nos moldes do La Blogotheque, o canal conta com mais de 200 videos de bandas, na maioria, desconhecidas (pelo menos por mim). Das boas descobertas, o Willard Grant Conspiracy foi a melhor. Robert Fisher começou a cantar e pronto: senti que era algo MUITO bom. Impossível não citar Johnny Cash e Bill Callahan como referências, só pra se ter ideia.
Uma voz grave tão imponente quanto a estatura do cantor, dedilhados acústicos, cellos, violinos. Tristeza em canções simples e sinceras sobre perda e solidão. Nessa semana de frio e chuva, mais que bem-vindas. Para ouvir sozinho, tomando uma caneca de café , com o olhar perdido e um nó na garganta.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Glen Hansard and Marketa Irglova - Once (2006)



Noah And The Whale - Last Night On Earth (2011)


Estou devendo alguns textos ao blog.Estou sem tempo para escrever mas, enquanto isso, farei uns posts com coisas que , como sempre, ando ouvindo e creio que mereçam ser apreciadas.

quinta-feira, 3 de março de 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

All Girl Summer Fun Band






quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

The Dubliners - 40 Years (2002)

ParteI / Parte II

Se você conhece The Dubliners não preciso dizer nada.Mas, se não conhece, siga meu conselho: Vá até o hipermercado mais próximo e compre uma Murphy's Irish Stout.Uma não.Umas 7 ou até mais. Pegue esse álbum e ouça o mais alto que puder, acompanhado, claro, da Irish Stout. É a combinação perfeita.Uma overdose de cultura irlandesa. É folk pra festejar, para chapar, pra beber e bater palmas enquanto canta junto. As canções se misturam, tradicionais, festeiras, baladas lindas e doces. Repito, é uma overdose do mais puro folk irlandes. Leve, suave,alegre.



p.s.: Depois de um mês de férias, eis que volto. Espero que esse seja mais um ano de muitos bons álbuns e momentos delicados, melancólicos ou alegres, mas sempre mágicos. E agora vou terminar minha cerveja...

domingo, 19 de dezembro de 2010

The Boy Least Likely To - Christmas Special (2010)


O Natal está aí. Vou confessar algo: Uma das coisas de minha infância que mais tenho falta é do sentimento de Natal. Sabe, quando tudo era realmente mágico. Poxa, consigo lembrar-me muito bem da época em que ainda acreditava no bom velhinho. Ainda bem que as decorações natalinas trazem um pouco dessa mágica de volta. É confortante. Outra coisa que ajuda: ver filmes ambientados na época do Natal. Um clássico que verei amanhã: It's a Wonderful Life, de 1947, dirigido pelo grande Frank Capra. Fica aí a dica pra quem quiser ver. E para fechar o pacote de Natal, é claro, música. Os garotos do The Boy Least Likely To lançaram esse ano um álbum de natal não menos que sublime; fofo, aconchegante.


Sufjan Stevens todo ano lança um EP de Natal. Se não me engano, este ano será o nono. Deixo-lhes com o primeiro deles, mais duas mix retiradas de sites indies e o álbum que o Dylan lançou ano passado. Há pessoas (e não são poucas) que não gostaram. Sou suspeito demais pra dizer.Gosto de tudo que Zimmerman faz.
Espero que aproveitem essa overdose de sentimentalismo natalino. Afinal, essa é a ideia do blog.Música em forma de sentimento. Feliz Natal a todos e até o próximo post!

Sufjan Stevens -
Ding! Dong!Songs for Christmas Vol. I
Indie Christmas Mix #1
Indie Christmas Mix #2
Bob Dylan - Christmas In The Heart (pass: Mangialardo)

Northern Portrait - Criminal Art Lovers (2010)

Segunda-Feira. Dia de ver pessoas novamente. Caminhar pelas ruas depois de passar todo o fim-de-semana vendo o céu somente pela janela do quarto, regado a bons filmes e livros. É lugar-comum dizer que segunda-feira é uma droga, o pior dia da semana e por aí vai.Não creio. Como sábado e domingo durmo mais tarde, acordo sempre depois das duas.Passo a manhã sonhando. Gosto da segunda porque é o dia que acordo cedo novamente.Me arrumo, tomo uma caneca de chocolate quente, sem pressa, e vou para o trabalho sentindo aquela brisa matinal no rosto e no peito, enquanto acelero a motocicleta preguiçosamente...
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Todo mundo diz por aí que a sonoridade do Northern Portrait se parece MUITO com a do Smiths. Não podiam estar mais certos. A banda é dinamarquesa, mas é impossível notar isso. A sonoridade é aquele pop oitentista feito no Reino Unido, mas com a sofisticações que só a tecnologia de hoje permite. O som, uma melancolia que tenta ser alegre, é perfeito, justamente, para começar a semana.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Penfold - Amateurs and Professionals (1998)

link retirado do blog: http://vivaxpizza.blogspot.com

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Drinking Games - 5 track EP (2010)

O legal do Myspace é isso: Essa banda me adicionou, e na mensagem disseram: ''Vimos que você gosta de American Football.Talvez goste do nosso som.'' Taí, gostei mesmo! Só por disponibilizarem o EP para download gratuito já merecia a divulgação.