terça-feira, 2 de março de 2010

Eliott Smith - Elliott Smith (1995)


Estou quieto faz algumas semanas. Sumi do mundo real e do virtual. Calei-me. Passo por tempos assim vezenquando. Toda a beleza, a doçura e blah blah blah somem e fico eu, amargo, taciturno, em silêncio. Tenho essa estranha necessidade de ficar só,para sentir-me existente. Algumas pessoas pensam que conhecerão a sí mesmas de um modo melhor se olharem-se com olhos de outrem.Tentar ver a sí como os outros te veem. Faço o contrário: afundo-me em mim , passo por caminhos tão escuros e profundos que eu nunca pensei que pudessem existir - mas existem.

Nesses tempos não consigo ouvir música pop demais, alegre demais, doce demais e afins. Procuro sempre por canções que se relacionam com algo que estou sentindo. Então, como o objetivo desse blog sempre foi o de postar álbuns que tenham uma relação direta e subjetiva com o que estou vivendo no momento, sentiria-me meio falso em postar um álbum de twee pop, quando na verdade estou é azedo...


Agora passa da meia-noite de uma terça-feira chuvosa. Estou em meu quarto, com a porta e a janela fechadas. A gravação lo-fi faz com que a voz, sutil, triste e amarga, misturada aos dedilhados do violão ressoem pelo quarto abafado, criando uma especie de desespero calmo. Quando há um silêncio entre as canções, posso ouvir a chuva. Uma linha de um livro que acabei de ler me vem à memória: ''a vida é assim, feita a golpes de pequenas solidões.'' e hoje não sinto vontade de dizer mais nada.

2 comentários:

Paula Miletta Pedroso disse...

azedo, ainda venho te ver, viu?

Me disse...

normal esses periodos...