sábado, 31 de julho de 2010

General Fiasco - Buildings (2010)

Os moleques irlandeses do General Fiasco começaram com a banda em 2006 e fizeram seus primeiros shows no ano seguinte.Buildings,o primeiro registro, saiu agora em 2010. Tenho ouvido muito esse álbum ultimamente (na verdade tenho ouvido muita coisa.Muita coisa igual. 99% das bandas indies que estão por aí são idênticas.Se repetem a cada álbum.O mais engraçado é que, geralmente, quem gosta de determinada banda,consequentemente acaba gostando de todas as dezenas de outras semelhantes). Em meio à mesmice, o General Fiasco se sobressaiu logo na primeira audição.Não é nada de novo nem mirabolante, o som. São pop songs melódicas,animadinhas, quase inocentes. São meninos fazendo boa música.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Iron & Wine - The Shepherd's Dog (2007)

Sam Beam, do Iron & Wine, fez seu nome com dois álbuns de folk assombrosos gravados esparçamente.Seu novo álbum, “The Shepherd’s Dog”, leva-o a um novo território, com uma banda completa e uma certa quantidade da magia de um estúdio, um pouquinho disso, cortesia de seu produtor, Brian Deck.

Beam é também um homem de múltiplos talentos – ele dirigiu seus próprios vídeos no passado e fez a arte de seu novo álbum.Nos encontramos uma semana antes do lançamento do "The Shepherd’d Dog”, quando estava se preparando para embarcar em uma turnê pelo leste dos EUA e no Reino Unido.

Imagino que as coisas devem estar bem loucas para você agora,se preparando para lançar um álbum e sair em turnê.

Bem, tenho estado mais ocupado que o normal, mas isso não é ruim.

Você esteve na Bretanha no começo do ano para uma apresentação.Achou o público inglês diferente do público americano?

Não é tão diferente.Há bons lugares para tocar e lugares ruins,mas você pode dizer isso dos Eua também. Mas será bom.Nós não tocamos por lá já tem um tempo.

Você fará a turnê com uma banda completa?

É uma banda com oito músicos.São eles Chad Taylor (Chicago Underground/ Sea&Cake)na bateria,Benny(Massarella) do Califone,na percusão,Matt Lux (Isotope 217)no baixo,Leroy Bach (da primeira formação do Wilco)tocará teclados e alguma guitarra.Paul Niehaus toca pedal steel, Patty (McKinney),que toca comigo desde quando comecei a tocar com uma banda, na guitarra e minha irmã(Sarah Beam) também vai.Acho que são todos.

O novo álbum é bem diferente dos outros, e fiquei impressionado com a aparente facilidade da transição das gravações antigas, simples, para um som mais completo. Você fez o som já para uma banda completa ou começou com algo mais básico?

Faço demos de tudo,só porque gosto.Mas essas foram um pouco mais encorpadas do que as outras, porque eu sabia que queria um álbum mais complexo.E também sabia que queria trazer algumas pessoas para fazer coisas que eu não conseguiria. Então deixei um tanto do álbum aberto, deixei um espaço para surpresas.

Você sente que tendo toda a percussão em volta de você te deixa mais livre no violão?

Não exatamente.É uma espécie de algo mais intuitivo.Eu não tenho nada muito planejado.A raiz das canções ainda é só eu,meu violão e um caderno de anotações. Às vezes o ritmo muda um pouquinho,mas não com freqüência.Muitas vezes, quando a percussão aparece,não combina com o violão ou propositalmente o encobre. Isso depende da música, realmente.

Sei que você disse que ouviu muita música africana no passado.Isso influenciou o resultado do novo disco?

Definitivamente.Há uma canção, “House by the sea”, que é quase uma highlife certinha.

Sim! Ela soa bem oeste-africana, um pouco como algo de King Sunny Ade.

Yeah. Você sabe,a gente começa a empilhar arranjos - usualmente nós tiramos todas as coisas fora depois. Nessa canção, deixamos tudo, como uma grande colagem. Eu amo essa música.

Que outras coisas africanas você ouviu e gostou?

Eu realmente gosto de Ali Farka Toure, algumas das cantoras, mas muita coisa é gravação de campo. As coisas mais novas não conheço muito.Não sei como são mas... provavelmente não devem ser nada tão surpreendentes.É exatamente o tipo de tudo o que temos por aqui.

Você tem um currículo cinematográfico e dirigiu seus próprios vídeos no passado. Tem algo em mente para alguma canção do “ The Shepherd’d Dog”?

Eu meio que passei isso dessa vez para uma garota chamada Lauri Faggioni. Não porque eu não queira fazê-los – realmente quero.Só só não tenho tido muito tempo esses dias.Infelizmente. Espero que no futuro eu faça mais.

O vídeo para “Southern Anthem” é interessante. Estou indo muito fundo nisso ou é uma metáfora para a reconciliação racial?

Não, realmente é. Não é um ensaio, contudo – é mais como um poema.Não é um problema matemático onde se tem a resposta certa.Mas definitivamente quando você tem um cara branco e uma garota negra dando uns amassos é difícil ignorar o assunto.

Especialmente quando a canção é chamada “Southern Anthem”.

Correto.

Bastante gente tem meio que tentado rotulá-lo como um “Artista do Sul” – é esse vídeo uma espécie de reação a isso?

Não é realmente uma reação.Como você disse,a canção é chamada “Southern Anthem”, então quando eu faço um vídeo tento fazer algo...é engraçado poder revisitar uma canção e fazer algo que não ilustra realmente a canção, mas funciona tangencialmente ou trabalha paralelamente com a música de algum modo.

Mas quanto às pessoas me rotularem de um modo ou de outro,não ligo muito pra isso.Honestamente.Quero dizer, eu reconheço que o contexto em que trabalho é o sudoeste, porque é onde cresci e onde estou mais familiarizado.Quero escrever algo que pareça verdadeiro de um certo modo e é isso que eu entendo.Mas ao mesmo tempo, tento escrever canções humanas ,sobre experiências humanas, coisas que espero que pessoas que vivem em qualquer lugar possam entender. Mas o contexto é meio que definitivamente específico, geralmente.


É como se o cinema brincasse dentro de suas canções, de certo modo, porque muitas delas são bem visuais, como “Boy With A Coin”, em que há três cenas. Por isso fiquei curioso se “Pagan Angel and a Borrowed Car” tem algo a ver com a administração do Bush.

(risos)Bem,você pode dizer isso, eu acho.Você pode ter essa leitura, mas você pode ler de vários modos.Essa especificamente veio da idéia de aviões no céu.Mas você pode ler de qualquer modo que quiser.

Acho que foi algo sobre o trecho “righteous drunk fumbling for the royal keys” que me levou a isso.

(risadas) Você pode aplicar isso à canção, mas você pode aplicar isso a um tipo de coisa shakespeariana também. Gosto de escrever de um modo ilustrativo, descritivo. Prefiro descrever a explicar. Até porque eu raramente tenho algo a dizer. É muito mais interessante, para mim, descobrir algum significado que você não sabia que poderia criar.

Estou certo de que meus estudos em roteiro para cinema me ajudaram a fazer isso, mas na verdade isso remonta a um período anterior.Essa foi uma das razões que me levaram a fazer cinema,em primeiro lugar. Sou meio que interessado em comunicação visual. Pra mim é mais sobre sugestionar que argumentar um ponto. Desse modo, cria-se um entretenimento de valor sempre rejuvenescido.

Em algumas canções, como músicas de propaganda – e não me entenda mal.Amo algumas músicas de propaganda. São algumas de minhas canções favoritas no mundo.É que não gosto de escrever isso. A canção vinga ou falha só baseando-se no ponto que você argumenta com sucesso.Gosto de colocar imagens em conjunto, que criam significado se você ouvi-la uma vez, mas se você ouvir outra vez você provavelmente vai ter um significado diferente.

Você tem um modo único de gravar a sua voz – meu amigo chama isso de falsetto sussurrado. Você cantava assim antes de começar a gravar? É exatamente como sai?

É difícil dizer.Acho.Não tomei anotações enquanto estava desenvolvendo (risos).Mas parte disso são só limitações em minha voz.Mas também um monte de coisas de quando comecei, um monte de assuntos sobre os quais eu estava cantando não pediam realmente por alguém que gritasse.Acho que você pode até fazer isso, como um ponto de contraste,mas não parece muito certo. Muitas coisas eram como cartas de amor, então isso levou ao modo como faço.

No novo álbum, é como se estivesse em um outro nível, com muitos efeitos em sua voz.

Nada é realmente sagrado quando se está gravando.Por exemplo, nos recorremos a um Leslie em “Carrousel”.Não é que estávamos tentando ser malucos ou coisa assim, eu só pensei que seria divertido.Nessa canção, o violão e o piano trabalhando juntos soaram como água, então eu pensei que seria divertido fazer isso soar como se estivesse imerso, foi só algo intuitivo,no final. Não há certo ou errado.

créditos do link: http://longdesertrain.blogspot.com

*Tradução livre de entrevista feita pela Pitchfork em 1º de Outubro de 2007.

This is Just a Modern Rock Song:Há dois anos trazendo conforto musical.

Há exatamente dois anos minha namorada e eu começamos esse blog.Sem ambições, de maneira descompromissada.O objetivo era simples: compilar nossos álbuns favoritos,compartilhá-los com todos os que gostam de boa música.

Cada canção tem um clima,provoca uma sensação.Música é para ser sentida, absorvida. Esperamos ter proporcionado, nesses dois anos ,conforto musical a todos os visitantes.Obrigado a quem comenta por aqui; quem visita. Até o próximo post.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Lau Nau - Maailma (2008)



Este é o terceiro cd da Lau Nau.Você pode saber quem é e conhecer os outros dois álbuns aqui.

She&Him

Volume One (2008)
Volume Two (2010)

She & Him é uma banda de indie pop formada por Zooey Deschanel (vocais, piano e banjo) e M. Ward (guitarra e produção). Foi formada em 2006, em Portland, Oregon. Seu primeiro álbum, Volume One, foi lançado pela Merge Records em março de 2008. O duo é aumentado pelos músicos Rachel Blumberg (bateria), Mike Mogis (pedal steel guitar e bandolim) e Mike Coykendall (baixo e guitarra).

"'Cause I have been waitin' for a long, long time
For a boy like you
I won't be waitin' any more cause I know
Baby, baby
I was made for you."

Zooey e Ward se conheceram no set do filme The Go-Getter. O diretor, Martin Hynes, apresentou-os uns aos outros e lhes pediu para cantar um dueto juntos para ser lançado nos créditos finais do filme. A música escolhida foi "When I Get to the Border" de Richard & Linda Thompson.

Zooey tinha feito em sua casa algumas fitas demos. Por um pedido, ela decidiu enviá-las para Ward. Ward chamou-a pouco tempo depois, dizendo-lhe que gostaria de gravar suas canções, assim surgindo a banda She & Him. Zooey, disse em uma entrevista: "Eu sempre amei a música, desde que eu era realmente pequena. Eu só gostava de cantar".

Postado por: Isabelle

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Owen - At home with Owen (2006)


Owen é uma das bandas de Mike Kinsela, o cara que, junto com seu irmão Tim Kinsela e seu primo Nate Kinsela, foi responsável por algumas das canções mais bonitas dos anos 90.Mike já passou por bandas clássicas como o American Football (que postei aqui),Cap'n'Jazz e Joan Of Arc. Em suas empreitadas anteriores o som era recheado de guitarras com dedilhados complexos e voz desafinada,arranjos com metais,além de alguns experimentalismos.Mas tudo feito com um sentimento que poucos músicos conseguem passar.

Com o Owen, Mike faz um folk tranquilo,intimista, que lembra um pouco o Aqualung - menos pop e mais folk. Creio que o belo e confortável video de One Of These Days ilustra muito bem o som. Quando o vi fui tomado de uma imensa nostalgia, de quando era mais novo e ia sempre de bicicleta ao trabalho.Acordava logo cedo, tomava uma caneca de chocolate quente, vestia meu moleton e saia de casa pedalando.A canção me trouxe de volta essa sensação gostosa da manhã: a brisa fria e o silêncio em volta,tudo ainda calmo e o dia, preguiçoso,mal começou.Enquanto ouço Owen,fico com um sorriso tranquilo no rosto,fico em paz.E tudo parece mais bonito e simples.

A família Kinsela

domingo, 18 de julho de 2010

Aberfeldy

Young Forever (2004)

Do Whatever Turns You On (2006)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Mopho - Mopho (2000)

O Mopho é uma banda de Alagoas que, como a capa do álbum entrega, faz um som psicodélico bem influenciado por Mutantes e Beatles,mas sem no entanto soar como mera cópia. Eles tem uma aura pop que torna o som grudento,mas não enjoativo.Esse álbum tem uma história engraçada comigo.Ganhei em uma promoção feita por uma revista de Rock que nem existe mais,há quase dez anos. Ouvi e não gostei muito,tanto que troquei-o com um amigo. Alguns anos depois,do nada, surgiu uma música em minha cabeça e eu ficava a cantarolando sem parar a toda hora, mas já estava angustiado por não conseguir lembrar de quem era . Depois de quase um mês tentando pescar em minha memória qual banda tocava a música, lembrei que era o Mopho.Não deu outra, corri até esse mesmo amigo e tratei de conseguir meu cd de volta. E esse é mais um álbum que consta na minha lista de favoritos.

Damon & Naomi - The Wondrous World of Damon & Naomi (1995)

Damon Krukowski e Naomi Yang ficaram conhecidos como membros do clássico Galaxie 500, nos anos 80. Depois que o frontman acabou com a banda sem mais nem menos, o casal chegou a gravar um álbum com o nome Pierre Etoile e também alguns outros álbuns com o nome de Magic Hour (fazendo um som mais experimental e psicodélico).Em 1992 mudaram novamente o nome, mantendo dessa vez os seus prórios. Nesse link tem uma entrevista interessante com eles,feita por um site brasileiro.

''Canções acústicas, lentas e acalentadoras...''

Minha namorada me deu esse álbum de presente e eu o trouxe comigo na mochila. Na volta para casa,enquanto o ônibus ia rápido pela estrada e fora da janela a única luz avistada era a de faróis de um e outro carro que passava, liguei a pequenina lâmpada individual de minha poltrona, abri a mochila e retirei o cd. Comecei então a ler a letra de cada uma das canções. E fiquei ansioso para chegar em casa logo e ouvi-los cantando trechos tão bonitos como ''the wonders of my world don't take so long/to fall to the ground/here lie all my ruined memories/of wonders that could never really be''. Quase seis longas horas depois cheguei em casa.Tomei um banho e preparei uma caneca de chocolate quente.Delicadamente coloquei o álbum no aparelho, sentei-me na cama com a caneca na mão e fiquei alí por não sei quanto tempo, em silêncio, apreciando o som. Acalentador. O álbum acabou.Dei play novamente, deitei na cama com as luzes apagadas e iguei para minha namorada, agora distante.Conversamos um pouco e depois fiquei em silêncio novamente, com The Wondrous World of Damon & Naomi embalando-me até pegar no sono.

domingo, 4 de julho de 2010

Cats On Fire - Draw In The Reins (2006)

Link retirado do blog: http://area51delcorazon.blogspot.com/


O dia hoje foi ensolarado e frio. Passei debaixo de cobertores aconchegantes, tomando chocolate quente a toda hora e ouvindo Cats On Fire, meu mais novo vício. Eu andava meio desanimado de twee pop, pela mesmice e pelo hype desnecessário (sempre) que é feito sobre tantas bandas que na verdade são bem chinfrins...Enfim, o Cats On Fire me deu um novo ânimo. O som? Imagine se os Smiths fizessem Twee Pop. Poisé, musiquinhas grudentas, daquelas que são a trilha sonora perfeita para piqueniques.Canções pra acompanhar batendo palmas e com um sorrisinho bobo e alegre. Hoje meu dia foi mais leve graças a essa banda. Espero que tenha o mesmo efeito em vocês.